Esta entrada habla/cuenta de mi tránsito lingüístico (uy)
Le escribía a una amigo hispano brasileño que vive por el mundo, hablante de herencia, filólogo después y muy listo y reflexivo, con el que da mucho gusto hablar y pensar. Y le escribía sobre lo que echaba de menos de Brasil, y cómo a veces me pesaban algunas cosas de aquí y acullá. Le escribía o le hablada, porque aunque era por escrito era un chat, así que era muy rápido y muy espontáneo. Y después, viendo lo que yo había escrito, me di cuenta de que había usado el portugués y el español, y que me había quitado las comillas sin pudor en las palabras en la otra lengua. Hala, entregada a la interlengua en cuerpo y escritura.
Y se lo comenté a Carlos, le dije que no había entrecomillado nada, pero que como compartíamos las mismas lenguas, pues que él me entendería. También le dije (le escribí...) que igual hacía una entrada de esto y me dijo que sí, que la hiciera o que escribiera una canción, ya que filosofar, propiamente, sólo podríamos hacerlo en alemán y que, de momento, no nos sería posible. Y como cantar, canto para que llueva y para que se duerman mis hijos (seguro que lo hacen para no oírme) aquí está la entrada :-)
En la cultura musical de Carlos estaba implícita la referencia al verso de la canción de Caetano al decirme que hiciera una canción porque sólo se puede filosofar en alemán. A mí sin saberlo me encantó la frase y aquí que la puse. http://www.youtube.com/watch?v=SJt6F44OIro
ResponderEliminarLÍNGUA
ResponderEliminar(Caetano Veloso)
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
Minha pátria é minha língua
Fala Mangueira
Fala!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
o que pode
Esta língua?
(3X)
Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas
Cadê? Sejamos imperialistas
Vamos na velô da dicção choo choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Hollanda nos resgate
E Xeque-mate, explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Sejamos o lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisa como rã e ímã...
Nomes de nomes como Scarlet Moon de Chevalier
Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé e Maria da Fé
Arrigo Barnabé...
Incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Se você tem uma idéia incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível
Filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o recôncavo, e o recôncavo, e o recôncavo
Meu medo!
A língua é minha Pátria
eu não tenho Pátria: tenho mátria
Eu quero frátria...
Poesia concreta e prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
Será que ele está no Pão de Açúcar
Tá craude brô, você e tu lhe amo
Qué que'u te faço, nego?
Bote ligeiro
Arigatô, arigatô.
Nós canto-falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem, que falem.