Milton Hatoum. A cidade ilhada. Contos. 2009. Companhia das Letras.
[...]Eu pensava que Alba, a mãe, fosse amzonense, pois sus feições indígenas eram familiares; mas a manicure da tia mira contou que Alba era peruana, e só depois entendi que a língua, e nao a nacionalidade, nos define. Lembro que, uma manha, Alba ralhou com as filhas num português atrapalhado. Não entendi quase nada [...] pp. 16[...]Na voz um sotaque inglês, mas hoje penso que o spanhol também se intrometia [...] pp. 21
[...] A voz de um estrangeiro pronuncio meu nome, e o homen identificou-se: cônsul de Japão em Manaus. [...] pp.29
[...] Ainda me lembro da voz de Emile, a matriarca. na minha infancia, eu a escutava cantar e rezar, não em árabe, sua língua materna, mas en francès, sua língua adotada.[...] pp. 95
[...] Verne pensa que pode promover a cultura indígena elaborando cartilhas bilíngues. É um equívoco: não se pode dominar totalmente um idioma estrangeiro, porque niguém pode ser totalmente outro [...] pp.97
[...] Com o passar do tempo , o personagem percebe, aprensivo, que o estigma de ser estrangeiro já é menos visível: algo no seu comportamento ou na sua voz se turvou, perdeu um pocuo do relevo original. Nesse momento, as origens do estrangeiro sofrem um abalo. A viagem permite a convivencia com o outro, e aí reside a confusao, fusão de origens, perda de alguma coisa, surgimetno de outro olhar. [...] pp. 101
